Páginas

domingo, 30 de maio de 2010

Semi-frio

Vocês os dois... Voltaram a assaltar a minha memória. Que jeito é esse o vosso de entrar de mansinho na minha quietude?
A um eu já me habituei. Vem quase todos os dias e já faz parte. já tem quase uma presença trivial. E não me deve nada. Se vem é porque pouco me esforço para o não deixar entrar.
Já o outro... porquê? Porquê tudo isto? Serei assim tão insignificante para o semi-frio do teu coração? Um semi-frio invertido: primeiro vem o gelo, uma glacialidade quase inquebrável. Corajoso aquele que morde essa casca arrepiante do teu coração para depois provar o calor do seu interior, esse veludo puro que infelizmente tentas esconder.
Se calhar nem é preciso ser-se muito corajoso. É preciso ser-se paciente.
Eu nem sempre o sou. E, vês? Alcancei a brandura que trazes dentro.
Sinto falta do teu abraço.

Será assim tão difícil compreenderes isto?
Deixa de cravar esse punhal de indiferença. Mesmo que para isso tenhas de libertar o grito que conservas. Não o escondas. Não o escondas.

Eu não me importo.

Vodka Limão

Sem comentários: