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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Maçã mordida


Ouviu-se um baque oco contra o solo.

Uma maçã mordida rolava, perdida. Pergunto-me a quem pertenceriam aqueles dentes desenhados na sua superfície? Alguém que usara a maçã e depois se vira livre dela, deitara-a para o chão sem piedade sem querer saber mais. Como me fizeram a mim?
A maçã fora mordida e deixada. Fora provada e posta de parte com crueldade. Como eu fora?

Naquele momento, no enxame de pensamentos que me escaldavam o crânio, sentia-me perdida. Como a maçã. O meu coração também fora mordido, como ela.

Poderia ser mordido... outra vez? Poderia... recomeçar de novo?

Vodka Limão.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Entrega

Corre até á praia, vai pela chuva fria, que te gela os pés e quase te prende o andar. Agora deixa-te cair na areia molhada e sente os pequenos grãos a tocarem no teu corpo. Olha para aquele calmo e sereno mar, um mar sem fim, concentra o teu olhar nas pequenas ondas que rebentam na quebra. Olha para todas estas maravilhosas coisas da Natureza, depois pensa que a Tua vida é como uma onda, umas vezes calma e serena, outras atribulada e rude, como uma onda cresce, atravessa obstáculos que os supera, por fim chega à quebra do areal, e poem um fim a isto com um rebentar bem sonoro, e rola areia fora até voltar a entrar de novo o mar. Assim é a monotonia das ondas, da Tua e da Minha vida. :')

Vodka Morango