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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Pára mas continua

Sinto-te mais perto, tão perto que consigo ouvir o bater coordenado do teu coração. A minha cabeça é uma bomba. Sinto um leve respirar ofegante, gelado, no meu ouvido – sei que és tu - sinto-te correr no meu corpo, sinto as tuas palavras como choros do meu coração, sinto o teu sangue fervilhar nas minhas veias, sinto o teu toque arrepiante na minha mão, sinto…pára! 
Por onde andas? Sinto-me tão frágil, tão desprotegida e tão pequena. Falta-me o teu aconchego e o teu abrigo. Às vezes deixo de raciocinar, só tu me ocupas o pensamento. Já para não falar dos dias em que me assombras. Sim, assombras-me todo o dia e toda a noite. Chego a acordar com a tua voz a ecoar na minha cabeça. Já que me deixaste aqui sozinha, exposta a todos os perigos, porque não te desprendes do meu coração? Usas e abusas de tudo o que eu tenho para dar. Mas não posso, nem quero, dar mais. 
Eu dava a vida por ti. Dei-te tudo o que tinha e não tinha. Mas mesmo que caminhes pé ante pé até mim e me agarres com força, eu poderei, mesmo assim, fugir de ti.

Vodka Morango

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