Páginas

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vês a minha mão a voar contra a tua cara?

Vai-te lixar, que és um egoísta que me lancetaste o coração. E deixaste a nossa ligação ir escorrendo dele e eu a sufocar a cada dia que deixavas para trás. Eu sentia a nossa amizade despedaçar-se na tua mão e o sufoco era maior quando me lembrava do teu contentamento em contraste com o corte húmido que deixaste no meu peito. Facilmente tratei do sufoco. Pouco de ti já me lembrava. Mas o corte, embora já pequeno, continuava lá, no seu esconderijo matreiro. Lá fiquei em paz, sem ti. E agora descubro que afinal esse teu aparente bem-estar não correspondia assim tanto à realidade e tu, no entanto, guardavas-te para ti próprio e interpretavas o teu papel de teatro do mundo feliz. Foi por mim, dizes tu, for por mim que me afastei. Nunca, meu ignóbil, alguma vez pensaste em quem alguma vez tocaste na vida e em quem cativaste? Nunca, no mundo que gira à tua volta, te lembraste dos que deixaste para trás?
Sabes, agora por mim digo-te: vai para o caralho que te foda e deixa-me em paz.

Vodka Limão
(este é um texto que se dirige a um destinatário completamente diferente dos textos anteriores e, espero, dos textos seguintes. um texto que surgiu por acaso, um pequeno à parte)

Sem comentários: