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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Danças e... contradanças.


És tu que me moves o vestido sobre o corpo. Rodopias-me pelo salão de marfim e a música entranha-se em nós como água que, lentamente, corrói a sede. Trazes-me essa dança hipnótica e escondes-te por detrás da máscara. Espera, somos os dois. Somos os dois que nos escondemos por detrás das feéricas máscaras.
Tem de ser mais do que um simples reencontro nosso. Pergunto-me porque ainda o permito. Teria bastado o coração despedaçado a que viraste as costas à largos anos... e, agora, trazes-me uma dança? Como não consegui resistir à tua cruel indecisão de regressar?
Percorro o teu olhar derretido. Estás de volta. És tu. És tu e o teu remorso.
Mas, por momentos, algo desponta na profusão dos meus cabelos. Dor? Há uma dor que cerca a minha mente. Os meus dedos escorregam pelo tecido do teu fato, os joelhos cedem à escuridão. As pálpebras, por fim, unem-se. Tu seguras-me no teu regaço. Manténs os olhos fixos no gelo do meu rosto e algo de um sentimento intenso desliza no teu rosto e cai em forma de lágrima sobre o meu coração inconsciente.
E agora, quando começa a contradança?
Vodka Limão

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