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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Devaneios Mentais (Parte II)

Jean tinha acabado de saber que tinha um simples dia de vida, estava tanto assustada como sozinha.. Mas por outro lado feliz, porque sabia que uma simples doença tinha acabado com a vida de sofrimento dela.
Resolveu ir à praia, ver o pôr-do-sol, ouvir as gaivotas, o ribombar das ondas. Era aquele sítio que procurava sempre que estava em baixo, como sempre sozinha. Considerava-a uma das suas melhores amigas.
Naquele momento Jean precisava de um ombro amigo, de uma palavra, nem que fosse de uma pequena palavra, de um abraço ou uma lágrima. Mas não, parecia que tudo era mais importante do que o que ela estava a passar naquele momento (...)
Mas ia sentir tanta falta das pessoas que mais gostava. Então, decidiu escrever uma carta de despedida.. Podia não ser significante para ninguém, mas amava-os a todos, eram os seus melhores amigos.

"Não me estou a imaginar sem todos vocês, foram, são e sempre serão importantes para mim, tornaram-se os meus melhores amigos, os que me fizeram sorrir, o que me apoiaram..
Como irá ser daqui para a frente? O sol escurecerá, o céu azul e brilhante tornar-se-à cinzento e triste. Os meus olhos irão fechar-se para a vida, o meu coração vai parar de palpitar, o meu sorriso vai morrer.
O escuro, as paredes e a tristeza vão tornar-se os meus melhores amigos, porque sem vocês eu não sou nada, está a ser tão difícil, tão agonizante. As lágrimas escorrem-me cara abaixo e a única coisa que consigo pronunciar é "Gosto muito de vocês".
Não me deixem, voltem, preciso tanto de vocês neste momento, vocês foram a melhor coisa que me aconteceu estes últimos tempos.
A ti Paul, não vou deixar palavras bonitas, tu sabes o que és para mim, o quanto significas para mim. Quero que saibas que só te quero ver bem e feliz. Amo-te de uma maneira especial, doce e ternurenta.
Cada uma à sua maneira construiu o seu castelo no meu coração, tornaram-se mais que importantes para mim... Amo-vos do fundo do meu ser, amo-vos mais do que me amo a mim própria. Quando se lembrarem do passado, lembrem-se de mim.

Jean"

Passaram-se horas afim, Jean começou a ver tudo à roda, já não sentia o seu corpo. Estava na hora da partida, nada podia fazer para viver. Foi esse o seu fim, o seu triste fim.
A última palavra que se soltou da sua boca foi "Adeus".

Vodka Morango

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