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segunda-feira, 13 de julho de 2009

A cidadela

A loucura arrastava-se no bélico momento do pano estrelado.
Ouviam-se harpejos suaves de dentes tilintantes. E a brisa dedilhava no silêncio da noite tensa. Homens preparavam-se para o fogo ardente da batalha. (A serenidade esbatia-se nos seus rostos transparecendo a salvação perdida no tempo.)
A cidadela dormia no crepúsculo da tensão dormente.
E um sorriso desenhava-se na escuridão.
Um único.
Na sua tenra juventude máscula, ele sorria. Uma fileira de dentes perfeitos rebrilhavam na escuridão. Desalinhou ainda mais o cabelo rebelde, bonito. O seu olhar de ouro derretido emanava um calor estranhamente agradável e belo.
A brise rolou, mais uma vez, gelada na noite, abraçando o seu peito firme e os músculos de um fio de dias árduos na tensão do exército.
O cabelo e as roupas esvoaçavam ao sabor da rebeldia quando soou a trompeta. Um som gelado, cortante, despedaçou os harpejos suaves, impondo o silêncio.
A presença da cidadela era quase inexistente. E o seu sorriso brilhava ainda mais. Belo, divino, perfeito. No crepúsculo da tensão dormente. Do bélico momento do pano estrelado.

(escrito a 04/03/09 & 05/03/09)

Vodka Limão.

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