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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Cartas ...

Acreditar no Pai Natal, é uma ilusão, um sonho que os adultos gostam de tornar realidade, mandam as crianças escrever uma carta, a fazer os seus pedidos, dizer que se portaram bem, enfim... Basicamente é confessarem-se ao velhote barbudo, mal sabendo elas, que afinal quem as lê e entrega os presentes não é esse senhor, mas sim os pais, e esses arranjam mil e uma maneiras para não acabarem com a ilusão dos filhos.
Eu fui diferente, eu escrevi na mesma a carta, com o mesmo começo de sempre "Querido Pai Natal" , mas não a entreguei aos meus pais como todos os meninos e meninas faziam, eu queria ser diferente, queria que ele viesse buscá-la, ele próprio, queria ver a sua imagem enfrente aos meus olhos, então escrevi a tal carta, a famosa carta, que me ia levar a ver o gordo barbudo. Eu na tal carta pedia uma casa enorme de bonecas, sonhava ter aquilo, tal como muitas meninas na altura sonhavam ter, pois vivia-mos no famoso mundo "cor-de-rosa". Encostei a carta ao meu pequeno candeeiro, e fiquei com um olhar esperançoso colada nas estrelas, para aquele mas de estrelas, que davam o nome de céu, para talvez ver o Pai Natal, no seu ternó, com as belas renas voadoras, à qual uma delas se destacava por causa do seu nariz vernelho, de nome Rodolfo. Mas nada aparecia, nada via, nadavinha ao encontro da minha carta, nada de nada... Lutei contra o sono e contra o frio, fiquei ali imóvel a noite toda a olhar as estrelas, mas não via nada. Nessa noite fiquei desiludida comigo e com o senhor barbudo. Fiquei tão triste. muito mesmo, porque pensei que era uma criança diferente, apartir dessa noite deixei de acreditar no Pai Natal... Mas mesmo assim, dentro de mim, ainda existia uma infima esperança que aquilo fosse mentira, então encostei a cabeça à almofadda a olhar pela janela a ver aquele maravilhoso céu... Mais uma vez lutei contra o cansaço, mas as histórias que as estrelas me contavam eram tão embaladoras, que eu me deixei levar pelo cansaço e adormeci como uma menina num conto de fadas.
No dia seguinte, estava uma manhã de Inverno, gélida, chuvosa, e imenso vento. vesti uma roupa extremamente quente, botas, cachecol, luvas, gorro, casaco impremiável, mochila às costas e lá fui eu para a escola. Estava ansiosa para que acabasse aquele dia, para chegar a casa e ir ver se ainda era verdade que o Pai Natal existia!
Mal acabaram as aulas, eu fui a correr para casa, corri, corri, corri, mas o caminho parecia não ter fim, era uma imensidão de ruas sem fim, onde me encontrára perdida. Até que de repente olho para o lado e vejo a minha casa. Pensei para mim, até que enfim cheguei, agora posso ir ver se o Pai Natal me trouxe a prenda.
Chego ao meu quarto e apanho uma grande desilusão, toda a esperança que me restava tinha desaparecido com aquela desilusão.
Peguei nos meus headphones, coloquei a música aos altos berros e sentei-me na cama a ouvir música... Assim acabou a felicidade de uma pequena criança.
Hoje, volto a recordar o passado co uma pequena lágrima a cai-me pelo rosto e que me gela a cara.
Mesmo assim voltei a escrever uma outra carta, muito mais elaborada e sem tantos erros ortográficos.
Falava na rasão em porquê que não veio ter comigo, que neste momento precisava mais do que ninguém de um abraço forte, de um ombro onde pudesse chorar vezes sem conta, de uma pessoa mesmo não estando a meu lado pessoalmente, mes estivesse a ver de outro sitio qualquer. Estava tão farta de sofrer, derramar lágrimas por pessoas que não precisavam enfim... a carta relatava uma confição para alguém, não sei quem, mas alguém a iria ler.
Lavada em lágrimas fiquei ali a olhar para a carta e a recordar momentos passados... E foi assim, que eu escrevi a minha última carta ao Pai Natal.

Vodka Morango

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