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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Maçã mordida


Ouviu-se um baque oco contra o solo.

Uma maçã mordida rolava, perdida. Pergunto-me a quem pertenceriam aqueles dentes desenhados na sua superfície? Alguém que usara a maçã e depois se vira livre dela, deitara-a para o chão sem piedade sem querer saber mais. Como me fizeram a mim?
A maçã fora mordida e deixada. Fora provada e posta de parte com crueldade. Como eu fora?

Naquele momento, no enxame de pensamentos que me escaldavam o crânio, sentia-me perdida. Como a maçã. O meu coração também fora mordido, como ela.

Poderia ser mordido... outra vez? Poderia... recomeçar de novo?

Vodka Limão.

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