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sexta-feira, 16 de abril de 2021

desabafo II

Era uma noite, tão escura e tão fria, parecia saída daqueles filmes de terror. Lá estava eu, num lugar estranho, onde não conhecia ninguém, nem ninguém me conhecia a mim também, e eu só queria fugir. o problema foi esse mesmo, não conseguir fugir e permaneci. Observava tudo o que se passava à minha volta, e todos aqueles hábitos estranhos que eles tinham, que eu nem se quer sabia que existiam. Até que, de um momento para o outro, consegui fugir. Fugi, fugi para aquele lugar a que todos chamam casa, mas... qual casa? senti-me tão sozinha, e perdida nessa altura, mais uma vez, no meio de entre tantas. não tinha ninguém a quem recorrer, não tinha o colo e o carinho de ninguém, não tinha nada, não tinha ninguém. quem me dera não ter fugido e ter simplesmente existido naquele lugar retirado de um filme de terror. senti-me vazia, talvez não me sentisse vazia, mas na verdade eu era o vazio, na sua imensidão total. Nos dias que se passavam, simplesmente deixei de ter emoções, mais uma vez queria fugir. e para onde? para este meu refugio onde me encontrei a primeira vez, onde a natureza está em todo o lado, onde a praia, o mar e o ambiente me trazia de volta a mim. Tudo muda aqui, tudo me faz renascer e trazer de novo a mim, de novo à minha existência. só queria poder manter-me aqui, e ser de novo feliz aqui. tenho medo de voltar àquele lugar onde me perdi diversas vezes, e onde não me consegui encontrar nunca. tenho medo.


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