Vou ser feliz na minha demência! Nas noites de lua cheia e céu estrelado, vou abrir as portadas de minha casa que vão dar acesso à varanda, vou dançar e cantar a música mais triste. Aquela música que faça com que o meu coração se enfie dentro do meu peito o mais fundo possível, que se torne o coração mais pequenino possível. Vou dançar sozinha, para a lua e para as estrelas. Numa outra noite, vou subir ao telhado, aliás como faço todas as noites que sinto saudades, para em vez de dançar para as estrelas, vou conta-las. Nessa noite, vai ser uma bela noite fria e chuvosa. A chuva vai lavar-me o rosto e ao mesmo tempo vai acalmar-me e congelar-me a alma. A lua vai estar lá, a olhar para mim. Vai convidar-me para uma última dança, e eu descalça vou sem hesitar. Estico o meu braço o mais possível e junto com a lua vou dançar. Dançar até aos meus pés estarem calejados, dançar até não ter mais força, dançar até o meu coração gritar chega, dançar até o meu corpo estar dormente. A dança termina num passo escorregadio. Vou abrir os braços, e vou deixar-me simplesmente ir. Finalmente vou ser livre, e voar.
Vodka Morango
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