Ouviu-se um baque oco contra o solo.
Uma maçã mordida rolava, perdida. Pergunto-me a quem pertenceriam aqueles dentes desenhados na sua superfície? Alguém que usara a maçã e depois se vira livre dela, deitara-a para o chão sem piedade sem querer saber mais. Como me fizeram a mim?
A maçã fora mordida e deixada. Fora provada e posta de parte com crueldade. Como eu fora?
Naquele momento, no enxame de pensamentos que me escaldavam o crânio, sentia-me perdida. Como a maçã. O meu coração também fora mordido, como ela.
Poderia ser mordido... outra vez? Poderia... recomeçar de novo?
Vodka Limão.